GREVE GERAL – NA FRANÇA E NO BRASIL. HÁ PARALELOS?
Greve é uma reinvindicação Legal, prevista em Lei e um ato
normal em qualquer DEMOCRACIA DO MUNDO.
Segundo o dicionário, greve é a “...cessação temporária e
coletiva de quaisquer atividades, remuneradas ou não, em protesto contra
determinado ato ou situação”
Então por que tanta discussão em torno de manifestações
grevistas legítimas, deflagrada por grupos de pessoas lutando por direitos
individuais e coletivos de trabalhadores e cidadãos de seu país?
Em qualquer país do mundo, em qualquer greve, há sempre um
transtorno para as pessoas que são afetadas pelo movimento. Em uma GREVE GERAL
a paralisação dos transportes e fechamento de grandes vias são fatores
fundamentais para o sucesso do movimento.
Jogar a culpa dos transtornos enfrentados pela população nas
estações de trem, nos ônibus e no Metrô, atribuindo ao Movimento Sindical que –
segundo eles – está lutando apenas para manter seu privilégio via manutenção do
Imposto Sindical é uma grande maldade.
Mas o que nossa imprensa fez? Em sua guerra midiática contra
a via progressista e as esquerdas de nosso país, ela buscou estigmatizar o
movimento grevista, procurando captar imagens e opiniões das pessoas sempre no
intuito de mostrar um descontentamento por terem sido “prejudicadas pela greve”.
Mas esta greve já estava sendo avisada que seria realizada
faz muito tempo. E nela estava incluída a paralisação do sistema de transportes
(TRENS, ÔNIBUS, METRÔS, BARCAS). Como já disse, uma ação tradicional em
qualquer paralisação neste nível, seja aqui, ou nos EUA, na Inglaterra, na
França, etc.
Nos últimos dias que antecederam à greve, os avisos foram se
intensificando. Até mesmo a Igreja Católica, através de seus Bispos, se engajou
no movimento, orientados por declarações do PAPA FRANCISCO, de que estava muito
preocupado com a situação do Brasil: "Porém
não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que
muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam
o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais
para crises que vão muito além da esfera meramente financeira"
Houve por parte das autoridades uma preparação prévia para
tentar minimizar os efeitos do processo, inclusive com o aumento dos efetivos
policiais na maioria dos estados, mas qual foi o papel da imprensa nestes
eventos?
Vejam bem, a imprensa nem ao menos se dispôs a colocar o tema
em sua pauta, afim de avisar sobre a greve e alertar a população sobre como
evitar transtornos que poderiam ocorrer no dia 28, mas o que ela fez?
Simplesmente ignorou os fatos, agindo como se não fosse ocorrer nada neste dia.
Jornalismo não deve ser exercido apenas no intuito de
publicar fatos noticiosos, mas também deve ser um evento de utilidade pública,
avisando a população sobre os fatos vindouros. Vejam o exemplo de outros países:
nos EUA, quando há riscos de tremores de terra em São Francisco, ou tempestades
tropicais ou furacões, ou no Japão, quando há risco de terremotos, a imprensa
age como um MEIO EFICAZ DE UTILIDADE PÚBLICA, alertando a população e
orientando para minimizar os efeitos destes cataclismos. Mas aqui no Brasil,
nossa imprensa só age assim quando o assunto vai de encontro com seus “INTERESSES
JORNALÍSTICOS”, deixando de dar a informação ou reportando somente a informação
que lhe interessa e da forma que lhe interessa.
No dia que antecedeu a greve geral, a GLOBO – de longe o
maior e mais importante veículo de comunicação do Brasil - sequer colocou o assunto em seu principal
jornal, o JN(basta conferir o fato na edição do dia 27 de Abril. Simplesmente a
emissora ignorou o assunto e não informou a população. Veja como foi o JN do
dia 28 de Abril.
Mas por que ela (a Globo) escondeu tais fatos de seus
telespectadores? Se tivéssemos uma imprensa VERDADEIRA e não comprometida com
este “establishment” que tomou de assalto o poder em nosso país, ela
minimamente teria informado a população sobre tais fatos e, mais ainda, não
procuraria manipular o noticiário, agindo como sempre agiu há muito tempo,
achando que esvaziaria o movimento, ou o impediria, caso boicotasse o evento em
seu noticiário diário.
O resultado desta falta de bom senso de nossa imprensa, se
refletiu no início do dia da greve, quando milhares de pessoas desavisadas,
foram pegas de surpresa e impedidas ou de voltar para suas casas, ou de se
dirigir a seus respectivos trabalhos por conta das paralisações e bloqueios.
Ao longo do dia do evento, a Globo procurou mostrar o
movimento sob o ponto de vista das pessoas afetadas pela ação da greve,
procurando contextualizar os fatos, como se fosse um movimento de Sindicalistas
descontentes com o fim da cobrança do Imposto Sindical. Como se eles fossem
vagabundos que estariam prejudicando milhões de pessoas, apenas para lutar
contra a perda de seus privilégios, e não contra as ações de um GOVERNO #GOLPISTA,
que quer suprimir e/ou retirar direitos justamente daquela população que eles
estavam tentando jogar contra o movimento grevista. Em países democráticos,
paralisações como essas são absolutamente normais e corriqueiras e, via de
regra, paralisar transportes e vias públicas é estratégico para o sucesso de
qualquer Greve Geral.
Falam de privilégios, de castas, como se os trabalhadores que
lá estavam fizessem parte de um grupo de pessoas que sempre se beneficiaram do
Estado, e que estariam protestando para não perder seus direitos. Mas há
realmente grupos de pessoas em nosso país(assim como em qualquer lugar do
mundo) que sempre se beneficiaram das benesses do Estado brasileiro, mas o
direito destas pessoas nunca foi questionado nem suas mordomias foram
discutidas ou expostas na imprensa para serem fuzilados no paredão do BBB
global. Há milhares de Representantes
do Poder público que desfrutam de privilégios inimagináveis, mas esses
nunca são questionados nem têm sua vida escrutinada pela imprensa para expor ao
público.
Uma forma pouco ética de
abordar e noticiar fatos importantes para a vida nacional, retratando os fatos
somente através de um ângulo em que busca descontextualizar os acontecimentos,
distorcendo-os e buscando criar uma aura de descontentamento nas pessoas, afim
de tentar fazer parecer que aqueles eventos estavam atrapalhando a vida
daqueles que “querem trabalhar”, mas estavam sendo impedidos por aqueles – na opinião
deles – que não “querem trabalhar”.